domingo, 15 de julho de 2007

Cotas, cotas...

No outro texto que eu postei aqui, quis falar de outro assunto: bem como está naquele título “Humor e Racionalidade”. Uma tomada de posição somente ia desviar o foco. Pois “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa” como disse Tim Maia numa fase, digo, frase racional.
Pois agora, já que comentei no blog da Andressa, revelo meu pensamento sobre a política de cotas da UFSM. O mesmo vale para a UFRGS.

Cotas para pessoas pobres materialmente parece ser um modo justo de acesso ao ensino superior, que devolve à população o investimento feito com o fruto do seu trabalho, que sustenta as universidades públicas.
Impressionante a falta de debates, propostas e também a pressa quando antes da votação da questão na UFSM!
Acredito que havendo discussões e colocação de pontos de vista, levando o debate à comunidade ficariam evidentes as vantagens de uma política de cotas ligadas a fatores econômicos e não à questão étnica. Desse modo os afro-descendentes seriam indiretamente os maiores beneficiados, pois constituem a maior parte da população desfavorecida economicamente. E os pobres de fenótipo caucasiano não seriam discriminados negativamente, com ainda menos chances de freqüentar a universidade pública.
Essa espécie de Apartheid (se escrevi errado, lembra: não pede ajuda aos universitários!) certamente não será boa para a sociedade. Discriminar as pessoas pela cor da pele ou pelos traços do rosto é tudo que não se deseja para um futuro de igualdade, paz e justiça. Há políticas mais eficientes e justas para a promoção da igualdade que mal foram cogitadas ou analisadas.
(que droga! escrevi até aqui sem conseguir citar o Dr. Lévi-Strauss)

...pelo menos se isto cair no vestibular, minha redação já está pronta!

2 comentários:

Unknown disse...

já havia comentado contigo sobre este assunto. concordo contigo que deveríamos fazer mais debates, não somente acerca deste tema.
eu era totalmente contra a política de cotas, mas fui convencido pelo seguinte argumento: na universidade pública as vagas são preenchidas, na sua maioria e, principalmente, nos curso mais concorridos, por pessoas com alto poder aquisitivo para pagar seu ensino. fiquem bravos ou não é a verdade, análise as turmas e comprovara isto.
existem outros argumentos e discussões, mas não vou prolongar-me.
tramposo, abraço.

Mateus disse...

Concordo com o Fabrício quando exprime que as cotas deveriam ser distribuídas conforme a renda. Levar em conta somente o fenótipo dos indivíduos, me parece, irá agravar um panorama de injustiça que está instituído e vêm sendo acusado - principalmente pelos negros, não somente os pobres - há muito tempo. Na minha opinião, um indivíduo que têm condição de pagar uma boa escola e ter condições de ingressar em uma federal não tem porque ter o privilégio das cotas. Um negro nessas condições terá mais vantagens do que o cara que mais estudou para passar no vestibular mais difícil. Isso não me parece muito justo.
Acho que vou começar a pensar em um movimento para pedir cotas para a classe média, pois do jeito que a coisa anda - por um lado pagando impostos para os mais ricos e por outro bolsas aos mais pobres - não há classe que aguente.