segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Charlie Chaplin escrevia, dirigia e atuava em praticamente todos os seus filmes. Também cuidava de quase todos os outros detalhes. Foi um autor completo.
Alguns o consideram o melhor do cinema mudo. Considero que enquanto fazia filmes, não havia cineasta como ele.

São muitos e muitos filmes. Uns são melhores que os outros. Tempos Modernos, Luzes da Cidade e O Grande Ditador são meus preferidos e também os mais conhecidos.

Carlitos, o “vagabundo” é um desajustado social que mata cachorro a grito. Seu forte carisma é uma de suas armas contra a opressão. Este tipo segue a tradição dos personagens da literatura européia e dos saltimbancos. Derrepente a tradição de um Carlitos depara-se com o Cinema do séc. 20 e com os “Tempos Modernos” no qual o Ocidente mergulha sem volta.

Acredito que difícil e genial seja fazer o que fazia com maestria: juntar drama e comédia sem perder o tom. Aperta e afrouxa: riso e melancolia. Como na vida real o humor e o drama estão lá. Junto com toda a ternura e leveza que sua visão de mundo consegue nos transmitir. Até em tempos difíceis como as guerras e os primeiros “esticas” do capitalismo.


Mesmo antes de falar com voz humana, os personagens de Chaplin já eram bastante loquazes com suas legendas.

Imagino todos esperando seu primeiro filme falado: O Grande Ditador. Os cinemas lotados! A platéia louca pra ouvir o que Chaplin e seu personagem tinham a dizer... a sala escurece...cochichos, depois silêncio (sic) e... Chaplin não decepciona!

O Grande Ditador é um dos melhores filmes do artista, o roteiro é excelente e os diálogos também. No final o personagem brinda a platéia com aquele discurso pacifista para o mundo inteiro ouvir! Quem fica sem palavras, então, é a platéia maravilhada!!!

No mesmo filme há uma outra famosa cena, porém muda e sem legendas, na qual se vê o que é ao mesmo tempo o balé de um bobo com um balão-mapa-mundi e a própria Dança da Morte. É sutil e evidente a mensagem: as maiores atrocidades podem ser movidas pela mais grosseira vaidade de um homem no lugar errado.

Dividido, digo, multiplicado (pois quem estava dividido era o Mundo) em dois papéis com essas duas cenas de O Grande Ditador, Chaplin além de mostrar que tem muito o que dizer (com o verbo no Presente), também continuava fazendo por merecer o título de rei do cinema mudo. (segundo a CIA ele preferia ser chamado de o proletário do cinema mudo). Parece-me que ele foi o primeiro e único cara “a lutar pela unificação dos títulos” que venceu a parada!

Um comentário:

Anônimo disse...

bom texto tramposo.
vi uma parte de o grande ditador, em breve virei o restante, e chegava a mesma conclusão. um excelente, um baita diretor e com uma critica forte e ainda atual.
sobre a palestina, o post abaixo, esta difícil para eles viver. falam de tantos ditadores e cerceamento de liberdade e se omitem sobre essa. alguns blogs estam se referindo a questão da faixa de gaza como o maior campo de concentração da historia, eu compactuo com tal idéia.