sábado, 8 de janeiro de 2011

Estava lendo o livro do Bukowski Ao sul de Lugar Nenhum.Histórias simples, porém cheias de conteúdo, sem espaço para frases geniais ou sem noção. Os personagens, não se sabe direito de onde vêm ou pra onde vão. As histórias são recortes, um pedaço pequeno de suas vidas. Então parece que gênero conto, foi feito justamente pro Bukowski escrevê-los. Isso ainda indica uma identidade difusa dos personagens e da sociedade que gerou a obra do autor. Ao contrário dos ``clássicos`` do século 20, Charles Bukowski não enche lingüiça com papo-furado. Seu blá-blá-blá não perde o tempo do leitor com nada que não seja carregado de desejos ou sentimentos, como o amargor.

Dizem que sua obra tem muito de auto-biográfica ou experiências conhecidas. Mas isso não qualifica ou desqualifica qualquer obra de literatura ou apoiada em texto. O que importa sempre é a capacidade do artista em transformar essa matéria bruta em arte de valor.
Em todos os contos que li há uma tensão latente e quase sempre acontece uma coisa em algum momento, mas é claro que também não é o final que define a qualidade das boas obras.
Mas que droga, esqueci o livro no ônibus e quero comprar de novo... não terminei de ler ainda.
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3 comentários:

Thiago Nogueira disse...

Charles Bukowski is a bullet in my head!

Renata (impermeável a) disse...

Noventa por cento do que escrevo é invenção. Só dez por cento é mentira"

Manuel de Barros

Pedro Naddêo disse...

Interessante. Mas claro que sem as experiências reais, eu imagino, a obra de Bukowski não teria o mesmo valor e conteúdo que ela tem.